Com o passar do tempo, o meio televisão passou por uma ressignificação. Hoje o conteúdo televisivo abrange todo tipo de vídeo e seu consumo foi transposto de um lugar para um momento. Aquela televisão na sala da casa foi estendida e já pode ser assistida em qualquer local e a qualquer horário. Além disso, observa-se o surgimento de novos serviços de conteúdo em vídeo. Essa multiplicidade de opções pode ser atribuída à expansão da internet, aliada às novas tecnologias. Esses fatores possibilitaram o consumo de vídeo em novos formatos, que conquistam cada vez mais adeptos.
Para ilustrar essa evolução, o estudo Target Group Index demonstra que o VOD é usado por 17% dos brasileiros, sete vezes mais do que representava em 2013, como pode ser visto no gráfico abaixo. Vale destacar que esse formato de vídeo traz consigo novos modelos de negócio. Hoje, as principais são: SVOD (Subscription Video on Demand), baseado em assinaturas; TVOD (Transactional video on demand), com base na compra ou aluguel pontual de um conteúdo, e AVOD (Advertising video on demand), modelo fundamentado em publicidade.
Fonte: Target Group Index Y14 w1+w2, Y15w1+w2, Y16w1+w2 e Y17 w1+w2
Com isso, esta nova maneira de consumir vídeo complementa o alcance quase absoluto da TV linear, de 96%, segundo o Target Group Index. Contudo, além do alto alcance, o vídeo também tem um grande poder de retenção. Os visitantes de um dos principais sites para consumo de vídeo on-line navegam cerca de 20 minutos a cada visita. Por mês, passam, em média, sete horas navegando nele, de acordo com a solução Target Group Index Clickstream – que reúne dados do Target Group Index, estudo quantitativo single source da Kantar IBOPE Media, e do comScore MMX, que fornece uma visão completa do comportamento do público on-line. Na televisão linear, a dedicação do telespectador é ainda maior, uma vez que dispendem mais de seis horas diárias assistindo ao meio, de acordo com dados da Media Workstation, da Kantar IBOPE Media.
Atrair e manter a atenção do público nesse ambiente tão disputado é desafiador. Para essa missão, a qualidade do conteúdo, bem como a compreensão de o que os usuários de cada formato consomem são fundamentais. Entre o total de internautas que viram vídeos on-line, os vídeos humorísticos são os mais assistidos. No entanto, no top 5 dos que assistem vídeo on-line como um todo estão os tutoriais, gênero que não figura entre os top 5 gêneros ao isolarmos aqueles adeptos ao VOD. Entre estes consumidores, as séries ganham espaço, aparecendo na 5ª posição.
Ranking | Vídeo on-line (em sites/ instant messengers/ VOD) | VOD |
---|---|---|
1 | Humor | Humor |
2 | Vídeos feitos por pessoas comuns | Filmes |
3 | Música/ shows | Música/ shows |
4 | Filmes | Vídeos feitos por pessoas comuns |
5 | Instruções Tutoriais | Séries |
Fonte: Target Group Index Y17w2 – filtro: internautas
As séries somaram cerca de 110 mil exibições na TV no último ano, um aumento de 1% em relação a 2015, e representaram 14% da grade de programação, atrás apenas de filme (30%), como apontam os dados da Media Workstation, da Kantar IBOPE Media. Consequentemente, o tempo dedicado a assistir o gênero na televisão linear aumentou e atingiu um crescimento de 8% no último ano, como pode ser notado no gráfico abaixo. Com a Lei da TV Paga, as emissoras passaram a produzir e exibir mais conteúdos nacionais nos últimos anos, muitos deles do gênero séries.
Fonte: Kantar IBOPE Media | Media Workstation | PNT Completo | 01/01/2014 a 31/12/2016| Total Ligados | Ats Live | Indivíduos
No Twitter, de acordo com a ferramenta Kantar Twitter TV Ratings, o gênero somou cerca de 4 milhões de Tweets, que alcançaram aproximadamente 400 milhões de impressões, em 2016. De acordo com essas menções, a percepção do público em relação às séries é muito mais positiva do que negativa.
O sucesso das séries e o foco na produção de conteúdo pode ser consequência da expansão das novas formas de consumo de vídeo. Quando existem muitas fontes de entretenimento disponíveis, o consumidor tende a buscar àquelas com que mais se identifica. Nesse contexto, o desafio para os veículos é se tornar referência na curadoria e produção de conteúdo para fidelizar seus consumidores. Dessa forma, os anunciantes poderão dialogar e engajar ainda mais com seu público, ao se adaptar aos novos modelos de negócios que esses formatos possibilitam. ')}